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Manejo produtivo de frangos de corte e poedeiras na Amazônia

Publicado: Quinta, 27 de Outubro de 2022, 09h54 | Última atualização em Terça, 08 de Outubro de 2024, 00h50 | Acessos: 539

Fisiologicamente, as aves são animais homeotérmicos, sendo diretamente afetadas pelo clima (KOLB, 1984; CUNNINGHAM, 2004). Elas estão em contínua térmica troca com o meio ambiente, caracterizando uma interação entre fatores ambientais e a sua fisiologia. No entanto, este mecanismo só é eficaz quando a temperatura da ave apresenta desequilíbrio relação ao meio ambiente (ABREU e ABREU, 2011). Assim, mudanças no mecanismo fisiológico das aves causado por condições ambientais pode afetam as respostas de desempenho (BUENO e ROSSI, 2006). À semelhança de outras espécies, a zona de conforto térmico das aves pode ser definida como uma faixa de temperaturas onde a taxa metabólica é mínima e as necessidades de energia são baixas (NASCIMENTO et al., 2014). A capacidade das aves de dissipar o calor tende a diminuir à medida que a temperatura ambiente e a umidade relativa deixam o zona termoneutra (temperatura do ar a 24°C (75,2 ºF) e umidade relativa do ar a 70%). Neste sentido, mudanças significativas na temperatura corporal da ave causar estresse calórico (YAHAV et al., 2005; CURTO et al., 2007; SLIMEN et al., 2015).
Frente a este contexto, a prática da avicultura na região Amazônica enfrenta um número considerável de dificuldades para obter ótimos resultados de desempenho, principalmente pela necessidade constante de atender a condições ambientais que permitam aos animais expressarem seu máximo potencial produtivo aliada a conservação da floresta e seus recursos naturais (CRUZ et al., 2016). A floresta amazônica é um importante mecanismo regulador da atmosfera tropical e sua variação climática, desempenhando importantes funções no equilíbrio climático de vários ecossistemas e seus habitantes. Porém, esta apresenta clima e ambiente únicos, o que influencia diretamente na resposta fisiológica que cada indivíduo pode fornecer quando colocado frente a este ambiente e suas particularidades (FISCH et al., 1998).


Imagens termográficas de aviário convencional (A: direção norte; B: direção sul) e aviário alternativo (C: direção norte; D: direção sul) na Amazônia.

É fato que a indústria avícola teve mudanças significativas em sua protocolos de bem-estar animal ao longo das últimas décadas, principalmente adotando sistemas alternativos de manejo, como caipira, livre de gaiolas, agroecológica e orgânica. Existem muitos protocolos de manejo que devem ser estudados e aprimorados para fornecer dados sobre a adaptabilidade das aves ao seu ambiente condições e como esta adaptabilidade pode afetar a sua produtividade (AL-AJEELI et al., 2018).
Frente a isto, a equipe do Setor de Avicultura da UFAM, desde a sua inauguração em 1988, vem desenvolvendo trabalhos de pesquisa que busquem entender e aprimorar o manejo de aves para corte e postura nas condições ambientais da Amazônia em diversos aspectos (produtivo, fisiológico, comportamental, termodinâmico, econômico dentre outros).





Referências
1. ABREU, V.M.N.; ABREU, P.G. Os desafios da ambiência sobre os sistemas de aves no Brasil. Revista Brasileiro de Zootecnia, v. 40, p. 1-14, 2011.
2. AL-AJEELI, M.N.; MILLER, R.K.; LEYVA, H.; HASHIM, M.M.; ABDALJALEEL, R.A.; JAMEEL, Y.; BAILEY, C.A. Consumer acceptance of eggs from Hy-Line Brown layers fed soybean or soybean-free diets using cage or free-range rearing systems. Poultry Science, v. 97, n. 5, p. 1848-1851, 2018.
3. BUENO, L.; ROSSI, L.A. Comparação entre tecnologias de climatização para criação de frangos quanto a energia, ambiência e produtividade. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 10, n. 2, p. 497-504, 2006.
4. CRUZ, F.G.G.; RUFINO, J.P.F.; MELO, R.D.; FEIJÓ, J.C.; DAMASCENO, J.L.; COSTA, A.P.G.C. Perfil socioeconômico da avicultura no setor primário do estado do Amazonas, Brasil. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, v. 9, n. 2, p. 371-391, 2016.
5. CUNNINGHAM, J.G. Tratado de fisiologia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 596p.
6. CURTO, F.P.F.; NÄÄS, I.A.; PEREIRA, D.F.; SALGADO, D.D. Estimativa do padrão de preferência térmica de matrizes pesadas (frangos de corte). Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 11, p. 211-216, 2007.
7. FISCH, G.; MARENGO, J.A.; NOBRE, C.A. Uma revisão geral sobre o clima da Amazônia. Acta Amazônica, v. 28, n. 2, p. 101-126, 1998.
8. KOLB, E. Fisiologia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1984. 612p.
9. NASCIMENTO, G.R.; NÄÄS, I.A.; BARACHO, M.S.; PEREIRA, D.F.; NEVES, D.P. Termografia infravermelho na estimativa de conforto térmico de frangos de corte. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 18, n. 6, p. 658-663, 2014.
10. SLIMEN, I.B.; NAJAR, T.; GHRAM, A.; ABDRRABBA, M. Heat stress effects on livestock: molecular, cellular and metabolic aspects, a review. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, v. 100, n. 3, p. 401-412, 2015.
11. YAHAV, S.; SHINDER, D.; TANNY, J.; COHEN, S. Sensible heat loss: the broiler’s paradox. World’s Poultry Science Journal, v. 61, p. 419-434, 2005.

 

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